Hamlet...
...só o nome impõe algum respeito (pelo menos a quem conhece a história).
Está em cena no Teatro Maria Matos, com Diogo Infante no papel do jovem príncipe da Dinamarca atormentado pelo fantasma de seu pai que o informa como foi assassinado pelo seu próprio irmão que lhe ocupa agora o trono... e o real leito.
Fui ver ontem... achei que o Diogo esteve muito bem... destacando-se claramente dos restantes personagens... particularmente os femininos.
Quer Ofélia, quer a Rainha (Gertrudes) exigiam desempenhos melhores e mais fortes, particularmente Ofélia, geralmente um dos papéis femininos mais cobiçados de Shakespeare.
Gostei de Carlos Paulo a desempenhar o rei tirano. O actor com a sua voz treinada fazia-nos chegar as suas falas na perfeição, fruto de muitos anos nestas andanças, certamente...
Não gostei da forma como o fantasma do pai de Hamlet foi desempenhado. Uma voz fantasmagórica, mas desprovida de qualquer sentido... a recitar, como se a ler estivesse...
O cenário... sou conservadora neste aspecto e se a cena se passa num castelo, gostaria de ter visto o castelo, ao invés do cenário despido que nos propuseram.
...E porque carga de água obrigaram os actores - todos - a actuar descalços? Não percebi!
Em suma, um espectáculo de 2h30, sem intervalo, sentados numas cadeiras muito desconfortáveis, valeu a pena por ser a peça que era e pelo bom desempenho de alguns actores.
No geral gostei. Foi uma noite bem passada. Mas gostava de ter visto os personagens femininos mais fortes... talvez estivessem em dia não...
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