Isto agora não há nada como caminhar pelas noites de sábado a dentro!!
Desta feita a caminhada foi no Monte da Lua, ou Cintia - assim chamado pelos Celtas que conferiam poderes mágicos à Serra. Mais tarde, de Cintia derivou Cintra e posteriormente Sintra... (essa bela localidade!!)
Foi um percurso interessante com cerca de 12km, feito com bastante calma.
O céu estava estrelado, a noite limpa e a temperatura estava boa, apesar de não tão agradável como na semana passada - ou não estivéssemos em Sintra!!
Os aromas desta vez não foram de campo, mas de Serra... algumas vezes pinheiro, outras eucalipto, e tantos aromas distintos que não os consigo categorizar...
Iniciámos o percurso em Azóia (aquele povoadozinho a caminho do Cabo da Roca, que tem um restaurante chamado Refúgio da Roca, que recomendo vivamente, apesar de ser assim pró carote!!) e subimos até à Peninha, onde apreciámos um belo por do sol sobre o mar.
E depois voltámos, já noite feita e bem escura, pelo meio do bosque encantado de Sintra, com o desafio extra de usarmos as lanternas ao mínimo e apreciarmos assim o céu estrelado a espreitar por cima das copas das árvores. Portanto desta vez não houve serpentes de luz a deambular pela noite. O que houve foi pirilampos! Não eram aos molhos, mas eram bastantes! Os suficientes para nos iluminarem o caminho e trazerem à memória boas recordações...
O ambiente foi muito bom! Houve estórias! Ficámos a saber como surgiu a ermida da Peninha!
Diz a lenda que havia uma pastorinha muda e pobre, cujos pais viviam da amanha da terra, que a dada altura perdeu uma ovelhinha. A pastorinha seguiu a ovelhinha até ao alto da Peninha (onde só existiam rochas). Aí encontrou uma menina que segurava a ovelhinha. A menina disse-lhe "Aqui tens a tua ovelha; agora vai para casa e pede pão à tua mãe." "Mas a minha mãe não tem pão!" disse a pastorinha, falando pela primeira vez; "Tem sim, ela tem muito pão dentro da arca! Vai." Surpreendida, a pastorinha apressou-se serra abaixo até chegar perto da sua mãe, contando-lhe o sucedido. A mãe da pastorinha ficou muito contente ao ouvi-la falar, mas respondeu-lhe "Filha, sabes bem que somos pobres e que não tenho pão." "Temos sim, a menina disse para veres na arca!" E a mãe assim fez. E tinham a arca cheia de pão. Subiram então a serra à procura da menina, mas não a encontraram. Em vez disso, acharam uma imagem de uma santinha e calcularam logo que teria sido um milagre!!! Como forma de agradecimento, levaram a imagem da santa para a ermida de S. Saturnino, que fica um pouco mais abaixo. No outro dia, outras pessoas subiram à ermida em busca da imagem, mas esta já lá não estava. Procuraram e encontraram-na no alto da Peninha. Voltaram a trazê-la para baixo. Mas no outro dia a cena repetiu-se. E voltou-se a repetir mais uma vez. Até que decidiram que a santinha queria estar no cimo da Peninha. Então contruiram aí uma pequena ermida, muito tosca, de pedra sobre pedra para albergarem a imagem da santa. Mais tarde, construiu-se a ermida que hoje se pode observar de longe.
Mais um pormenor interessante... Ao lado da ermida existe um palacete, que foi mandado construir pelo Sr. António Carvalho Monteiro (sim, o mesmo da Quinta da Regaleira!!) Que mistérios se encerrarão neste palacete, que se encontra sempre fechado... Fica a questão!
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