Eram perto de 9h quando chegámos à Marina de Cascais.
As gaivotas também já lá estavam… Observando-nos pomposamente do seu poiso.
Passado algum tempo chegou o barco. O Galeão do Sal, dizem-nos.
De seu nome: “Estou para ver Cascais”, assim baptizado devido ao senhor que subia ao mastro gritar “Estou pra ver” Setúbal, naquela era.
Damos o nome, pagamos (a “fortuna” de 2,60€ por um belo passeio de 90min de barco à vela!!) e descemos ao cais.
Aí, entregam-nos o colete salva-vidas, “acessório de moda”, sem o qual não podemos entrar no barco!!
Depois entramos a bordo, procuramos um lugarzinho livre para abancar e aguardamos que o barco se ponha em movimento.
Uns minutos depois já estamos a deixar a Marina para trás e a navegar ao largo da Baía de Cascais.
Entretanto… É altura de hastear as velas.
À força de braços dos tripulantes e alguns voluntários, as velas vão subindo e enfunando.
Depois, vem a altura de contar a história do barco.
Um dos tripulantes explica-nos como este barco, construído em 1910 em Setúbal para a pesca da sardinha, alguns anos mais tarde se tornou num barco de transporte de sal (essencial na conservação do peixe).
Nos anos 60, com o uso de frigoríficos e por outro lado, com a dinamização das infrastruturas rodoviárias, o barco veio a perder utilidade, tendo sido vendido (só a estrutura de madeira) a 1 francês que demorou 1 mês a levá-lo para França onde o reparou. Após várias voltas com o barco pelo Mediterrâneo, este avariou e quando o mandou arranjar, o estaleiro pediu-lhe 10 e ele respondeu “Oh amigo, eu só tenho 2!! Fique lá com o barco…”
Parado durante algum tempo, o barco acabou por ser vendido a um casal que também deu os seus passeios até que o barco avariou e se o estaleiro lhes pediu 10, eles só tinham 5… E acabaram por vender o barco.
É nesta altura que a Câmara Municipal de Cascais acaba por entrar em acção e há coisa de 9 anos (se não me falha a memória) adquire este Galeão do Sal, com o intuito de o usar em passeios de barco, para se ver Cascais do mar.
Com a história contada, lá vamos apreciando o sol da manhã…
E a paisagem…
E os golfinhos!! Sim, tivemos a sorte de ter um extra e podermos ver golfinhos ao largo (longe do alcance do meu fraquito zoom) que pulavam alegremente atrás de um barquito de pesca…
Aproveita-se ainda para aprender qualquer coisa da linguagem do mar:
Proa – parte da frente do barco
Popa – parte de trás do barco
Bombordo – lado esquerdo, quando estamos de frente para a proa (uma boa mnemónica: é o lado do coração – que é bom e uma bomba!!)
Estibordo – lado direito
Través – meio do barco (entre a proa e a popa)
Meia-nau – meio do barco (entre estibordo e bombordo)
Alheta – amura traseira do barco (portanto “Ponham-se na alheta!!” é mandar a malta toda lá pra trás!!!)
E eis que chega a altura de dar meia-volta ao barco.
A tripulação agarra-se à vela da frente (da proa!!),
Enquanto o comandante manobra a outra vela (latina, se não estou em erro…)
Meia-volta dada, é altura de voltar a apreciar a paisagem de regresso.
Até que voltamos a entrar na Marina de Cascais.
Porto de abrigo da embarcação até ao próximo passeio!!
Estou pra ver!!!
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