Depois de a caminhada feita fomos dar uma voltinha até ao Convento dos Capuchos, perdido na Serra de Sintra, por entre a vegetação e as hortênsias, ainda em flor.
Abandonado durante muitos anos, foi adquirido há algum tempo pela Câmara de Sintra. Lembro-me de ter feito uma visita guiada, mas agora parece-me que já não há, ou pelo menos não estavam disponíveis.
Enfim, deambulámos pelo convento, ao som do vento e da nossa vontade.
É um local que apela à contemplação e à meditação.
Onde podemos observar pormenores tão interessantes como este, onde a morte se transformou em vida!
Ou no caso em concreto, onde uma caveira (de alguém que em tempos viveu, sorriu, sonhou e por fim, morreu) se transformou num ninho!!
É um local onde se sente a força e a energia da natureza que nos rodeia e observa de todos os ângulos.
Um local que apesar das condições agrestes e de todos os anos de maus tratos posteriores à extinção das ordens monásticas, em 1834, ainda mostra beleza.
Uma beleza onde se mistura o funcional com o natural, como os forros de cortiça, que isolavam de forma natural o convento e os seus frades do frio e humidade exteriores.
Onde, para além das cruzes feitas de conchas (ou não fosse o convento da Santa Cruz) aparecem também motivos naturais, como esta flor em cortiça, embutida no tecto.
Observámos as celas, de tamanho diminuto, onde os frades repousariam (e onde o repouso naquelas condições seria, também, uma penitência).
Contudo, tinham sempre uma janela para a natureza, uma vista melhor que muitos de nós temos lá em casa…
Observámos ainda as condições da cozinha… Nada mau!!
Vai uma sopinha?
Aqui era a despensa e se notarem lá no fundo ainda está o buraco para o ratinho!! Hihihihi!
Cá fora a Natureza é rainha!
E o local parece que abençoado pelos raios de sol…
Já quase à saída encontrámos uma abelhinha muito ocupada, que por graça se deixou fotografar.
Primeiro com timidez, virou-nos as costas, fazendo o que sabe fazer bem…
Mas depois de alguma insistência, lá resolveu mostrar-se no seu fulgor e na sua beleza!
Ei-la!
Despedimo-nos da mesma maneira que entrámos, com as hortênsias dizendo-nos “Adeus, voltem sempre.”
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