Em vésperas de Carnaval desloquei-me a São João das Lampas, respondendo à convocatória dos Caminheiros Monte da Lua. Uma vez lá chegada, e depois da foto de grupo tirada, houve uma voltinha de aquecimento no relvado local, altura para apreciar devidamente alguns caminheiros mascarados…
Era o caso do Talibã Fotógrafo, do Laçarote Vermelho e da Avozinha Malandreca, entre outros personagens…
Lá demos corda às botinhas e fomos apreciando alguns pormenores deste belo passeio florido…
A dada altura tomamos uma calçada (antiga romana, certamente) que nos conduz a uma ponte com a mesma origem, rodeada por vincas em flor…
Mais à frente são as campainhas amarelas (narcissus bulbocodium obesus) em flor que me despertam a atenção… Intercalados com pequenas florzinhas de tons violetas – ervilhas-anãs (pisum sativum) acho eu…
Mais uns passos e volto a reter-me devido a umas irresistíveis e coloridas bocas-de-lobo, ou coelhinhos (creio já as ter ouvido chamar assim) que dão pelo estranho nome cientifico de: Antirrhinum linkianum
Dando uma corridinha para não me perder do grupo, lá os apanho, junto a uma fonte… E mais à frente perco-me novamente com umas florzinhas pequeninas que assomam no cimo de um muro, que parecem ervilhas de cheiro ou Lathyrus ochrus – as brancas e Lathyrus silvestris – as lilases.
Deixando para trás as flores, caminhamos rumo ao mar, descendo a falésia…
Mas também aqui encontro um espécime maravilhoso… Não fosse o C a chamar-me e eu nem a via!! Grata!! Ainda não consegui encontrá-la para a tratar pelo nome, mas continuarei a procurar…
Volto às arribas que nos levam até à margem norte da Praia da Samarra
Viramos aí para o interior, descobrimos uma estranha construção e atentamos nos pormenores das pedras sobre pedras que aqui ainda resistem ao tempo e ao vento, sem qualquer argamassa que as ligue…
Passamos então por uma infestante de belas flores amarelas (acacia longilolia) e mesmo ao lado um pinheirinho cheio de rebentos
Passamos por um belíssimo estúdio com grandes janelões e uma soberba vista e atentamos noutros pormenores, como uma sineta peculiar, um vaso que parece encaixado numa oliveira e um candeeiro que ficou meio tombado, meio quebrado desde a tempestade de há 3 semanas…
Voltamos aos carreirinhos pelo meio dos montes, partilhando-os, ainda que brevemente, com um grupo de motoqueiros…
E retorno às flores… Agora são os aloes de vermelha flor (aloe arborenses), os alecrins dourados de florzinhas liláses (rosmarinus officinalis), umas florzinhas verticais que lembram orquídeas silvestres e os africanos, mas muito níveos, jarros (zantedeschia aethiopica)…
Caminhamos mais um pouco e é altura de atravessar a ribeira… Nem por ponte, nem a nado, vai mesmo a salta-pocinhas!!
Mais meia-dúzia de passos dados e… Adivinharam!! Mais flores!!!
Árvores em flor, malmequeres cor-de-rosa, novamente as campainhas amarelas e mais vincas liláses que se cruzam connosco em sebes junto a mais uma ponte romana…
Mais à frente, nova ponte de origem romana (talvez) a que já faltam algumas lajes
Por aqui passou em tempos uma calçada romana, explica-me o nosso guia LPM, mas hoje caminhamos por um carreirinho, onde algumas árvores em flor e muros de pedra antigos emprestam a este trilho algum do seu antigo nobre carácter…
Quase a chegar ao ponto de partida, é tempo ainda de observar alguns moinhos aqui estrategicamente colocados pelo vento que aqui se faria sentir, servindo como “utensílio” de moagem dos cereais às populações vizinhas…
E mesmo, mesmo a chegar, encontramos a magnífica Igreja de São João das Lampas, devotada a S.João Baptista, com o seu belíssimo pórtico manuelino datado do séc. XVIII.
E assim termina mais um belo passeio de domingo, com boa disposição e alguma animação carnavalesca, com muitas flores à mistura e alegria com fartura!!
2 comentários:
Penso que a flor que não se recorda o nome é a chaga. Comestível é óptima em saladas e também na agricultura biológica utilizada para atrair os pulgões. É no entanto muito invasiva é preciso cuidado ao plantá-la.
Grata pela informação, Vanessa!
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