Acedi ao convite de uma das pessoas mais Fantásticas que conheço para irmos fazer uma caminhada na Serra da Estrela com o GDAMO. A ideia passava por sairmos de Manteigas até ao Covão d'Ametade, onde seria deixada uma viatura com o equipamento e material para acamparmos por lá nessa noite; no dia seguinte, depois das tendas desmontadas, regressaríamos a Manteigas.
E assim foi… Ou quase!! Passo a explicar:
Na 6ªF, lá saímos de Lisboa rumo à Covilhã, com o carro cheio de tralha para acamparmos no dia seguinte no Covão d'Ametade, (incluindo a nossa arejada tenda de campismo – ideal pr'o Inverno… ou não!!). Mas antes parámos no Kabras – um restaurante muito típico, ali para os lados de Ortiga. Contudo, quando lá chegámos as luzes estavam apagadas e a porta fechada… Lá tivemos nós de ir até à capital do presunto – é Mação, pra quem não saiba!! – ao restaurante Kabras II – uma versão menos estilizada do Kabras.
Depois de uns petiscos e umas açordas, lá saímos mais bem dispostos direitos à Covilhã, onde ficámos alojados no Hotel Santa Eufémia. De realçar aqui que este hotel, apesar de só ter 2 estrelas, foi uma excelente e agradável surpresa, tendo em conta a relação qualidade-preço, a simpatia com que fomos acolhidos e o conforto dos quartos e pequeno-almoço. Um excelente alojamento onde ficar, a caminho da Serra da Estrela!!
Portanto, depois de uma noite bem dormida, lá rumámos nós ao Covão d'Ametade, onde esperámos pelo resto da malta.
O espaço do Covão d'Ametade é belíssimo, apesar do lixo espalhado (certamente por animais famintos) não dar propriamente o melhor cartaz de boas vindas…
Mas uma vez transposto o portão, avançamos por uma autêntica catedral, onde o pináculo é o Cântaro Magro… E damos por nós num local encantado (e encantador), onde a musicalidade do Zêzere nos envolve os sentidos…
Depois do local devidamente apreciado, e de toda a gente ter chegado, rolámos até Manteigas, onde começámos finalmente a caminhar!!
O dia estava cinzento… A previsão era de chuviscos a partir da tarde (para Manteigas)…
Mas os ânimos estavam bem coloridos e animados!!
E, com mais ou menos brincadeira, lá fomos seguindo o trilho, através de um estradão ladeado por árvores ainda vestidas de Inverno…
Mais à frente, fizemos um desvio do estradão, seguindo o PR4, rumo à Nave Mestra…
Continuámos o nosso rumo, pela magnânima paisagem da Serra da Estrela…
Mas conforme começamos a subir, a chuva começa a cair… A temperatura começa a descer e o nevoeiro também!! Guardo a máquineta das fotos e equipamo-nos todos para a chuvada que aí vinha!! Todos equipados, lá avançámos, serra a dentro, sob uma saraivada de granizo, que mais parecia um apedrejamento!! A dada altura o frio era tal que dei por mim com o queixo meio congelado!! Já não conseguia falar em condições!! LOLOL!! Subi o buff de merino até ao nariz e tockandar que é mesmo para aquecer!!!
No meio do nevoeiro, lá descortinámos a Nave da Mestra, onde nos abrigámos dentro do que outrora teria sido a casa de férias do Juiz Dr.Matos… Obrigada Sô Dr. Juiz por tão belo abrigo!! Foi hora de sacudir e secar um pouco as roupas, e comer as coisinhas boas que trazíamos nas mochilas!!
www.geocaching.com
Depois, re-equipámo-nos e fizémo-nos ao caminho!! Havia que subir a fenda que caracteriza este local.
tracksbynature
Uma fenda escura, escorregadia e muito estreitinha, como podem ver nas fotos acima, tiradas da net!!! Nada adequada a quem tem costas largas, ou leva mochilas grandes, como o RR que ficou meio entalado e teve de recuar e passar de lado!! Foi uma risada!! Pois… Não há fotos do entalanço, né? A chuva não o permitia!!
Continuámos, sempre a subir até ao marco geodésico do Piornal, a 1753m de altitude. O nevoeiro era muito intenso nesta altura e o AN – o excepcional guia desta actividade, decidiu (em boa hora) que o melhor seria começarmos a descer… Momentos depois, já conseguíamos ter visibilidade e a chuva parecia começar a parar…
E pouco depois, no meio do trilho onde a neve pousava, fomos brindados com um magnífico arco-íris… Como se a Serra nos estivesse a dar tréguas e nos mandasse recolher em segurança…
Não sei se, por estar a olhar para o arco-íris, ou a pensar na morte da bezerra, pus a botinha numa laje mais escorregadia e zuca! aí vai ela!! Catrapumba pró meio do chão!! Lá me levantaram… O orgulho estava ferido, o rabiosque dorido, mas o que me preocupava mais era o cotovelo que na rocha tinha batido… Doía!! Mas à partida, partido não estaria!!! Era mais o chamado: dói, incha, desincha e passa!! Por isso, tockandar que já falta pouco para chegar!!!
Chegámos ao Covão d'Ametade pelas 16h30. Alongámos e vimos os estragos… Dor de cotovelo é tramada e não daria para ficar ali no Covão d'Ametade a acampar… Assim, enquanto uns montavam já as tendas, outros foram buscar os carros que tinham ficado em Manteigas.
O frio descia ao Covão depois do sol desaparecer por trás do Cântaro Magro… E a humidade que vinha do rio começava a gelar-nos!! Andava ali tudo aos pulinhos e a correr, literalmente para não arrefecer… E a malta dos carros que nunca mais vinha!! Bom, os que não ficariam a acampar, meteram pernas ao caminho, rumo a Manteigas pela estrada que acompanha o seu belíssimo vale…
Minutos depois cruzámo-nos com os carros e lá fomos até Manteigas à procura de poiso… Acabámos por ficar alojados (e muitíssimo bem, diga-se de passagem) no Hotel Berne. Antiga albergaria, este é um hotel muito acolhedor, com quartos muito confortáveis e quentinhos!!!
Depois do belo duche, descemos e jantámos no Hotel. E recomenda-se o restaurante do hotel, com gastronomia local, muitíssimo bem executada e servida, com sabor caseiro, sobremesas inventivas e deliciosas e uma lareira muito acolhedora!! Tudo bem regado, com vinho da região, claro que só podia dar em sorrisos destes!!!
Brindámos aos companheiros que tinham ficado a acampar no Covão d'Ametade, esperando que a noite deles estivesse a correr bem…
E a esse outros brindes se seguiram, anestesiando o meu cotovelinho!! De tal modo que, enquanto uns já descansavam nos confortáveis cadeirões junto à lareira, ainda jogámos uma partidinha de "sinuca"!! ;)
Depois de uma repousante noite, embalados nos braços de Morfeu, acordámos recompostos e muito bem dispostos. Depois de um belíssimo pequeno-almoço, rumámos ao Covão d'Ametade, questionando-nos como estaria o resto da malta… Encontrámos metade do grupo de carro, enquanto a outra metade já descia a pé o Vale do Zêzere, vestido de branco…
A noite tinha sido quentinha (benditos sacos-cama!!) mas algo barulhenta. O vento tinha uivado toda a noite… E a neve e o granizo tinham caído, com um ruído que se assemelhava a animais que por ali andassem aos encontrões às tendas!! Com a nossa tenda de Verão arejada, teríamos tido uma noite para esquecer!!! Abençoada queda!! ;)
Com o grupo dividido, regressámos à bonita vila de Manteigas, onde demos uma voltinha, enquanto aguardávamos pelo resto da malta caminheira!!
Acabámos depois por regressar ao Hotel Berne, onde comemos um lauto (e uma vez mais) delicioso almoço, revendo as típicas Feijocas e as suas Migas, a Truta de Manteigas, o Cabritinho Assado, ou o Bacalhau com Broa, que fizeram as delícias da rapaziada!! ;)
E assim nos despedimos da Serra da Estrela, da simpática malta do GDAMO e de uma belíssima actividade, muito bem conduzida por quem sabe (e muito) desta coisa de andar em segurança na montanha.
Grata pela companhia!! E até uma próxima, tockandar!!!
E assim foi… Ou quase!! Passo a explicar:
Na 6ªF, lá saímos de Lisboa rumo à Covilhã, com o carro cheio de tralha para acamparmos no dia seguinte no Covão d'Ametade, (incluindo a nossa arejada tenda de campismo – ideal pr'o Inverno… ou não!!). Mas antes parámos no Kabras – um restaurante muito típico, ali para os lados de Ortiga. Contudo, quando lá chegámos as luzes estavam apagadas e a porta fechada… Lá tivemos nós de ir até à capital do presunto – é Mação, pra quem não saiba!! – ao restaurante Kabras II – uma versão menos estilizada do Kabras.
Depois de uns petiscos e umas açordas, lá saímos mais bem dispostos direitos à Covilhã, onde ficámos alojados no Hotel Santa Eufémia. De realçar aqui que este hotel, apesar de só ter 2 estrelas, foi uma excelente e agradável surpresa, tendo em conta a relação qualidade-preço, a simpatia com que fomos acolhidos e o conforto dos quartos e pequeno-almoço. Um excelente alojamento onde ficar, a caminho da Serra da Estrela!!
Portanto, depois de uma noite bem dormida, lá rumámos nós ao Covão d'Ametade, onde esperámos pelo resto da malta.
O espaço do Covão d'Ametade é belíssimo, apesar do lixo espalhado (certamente por animais famintos) não dar propriamente o melhor cartaz de boas vindas…
Mas uma vez transposto o portão, avançamos por uma autêntica catedral, onde o pináculo é o Cântaro Magro… E damos por nós num local encantado (e encantador), onde a musicalidade do Zêzere nos envolve os sentidos…
Depois do local devidamente apreciado, e de toda a gente ter chegado, rolámos até Manteigas, onde começámos finalmente a caminhar!!
O dia estava cinzento… A previsão era de chuviscos a partir da tarde (para Manteigas)…
Mas os ânimos estavam bem coloridos e animados!!
E, com mais ou menos brincadeira, lá fomos seguindo o trilho, através de um estradão ladeado por árvores ainda vestidas de Inverno…
Mais à frente, fizemos um desvio do estradão, seguindo o PR4, rumo à Nave Mestra…
Continuámos o nosso rumo, pela magnânima paisagem da Serra da Estrela…
Mas conforme começamos a subir, a chuva começa a cair… A temperatura começa a descer e o nevoeiro também!! Guardo a máquineta das fotos e equipamo-nos todos para a chuvada que aí vinha!! Todos equipados, lá avançámos, serra a dentro, sob uma saraivada de granizo, que mais parecia um apedrejamento!! A dada altura o frio era tal que dei por mim com o queixo meio congelado!! Já não conseguia falar em condições!! LOLOL!! Subi o buff de merino até ao nariz e tockandar que é mesmo para aquecer!!!
No meio do nevoeiro, lá descortinámos a Nave da Mestra, onde nos abrigámos dentro do que outrora teria sido a casa de férias do Juiz Dr.Matos… Obrigada Sô Dr. Juiz por tão belo abrigo!! Foi hora de sacudir e secar um pouco as roupas, e comer as coisinhas boas que trazíamos nas mochilas!!
www.geocaching.com
Depois, re-equipámo-nos e fizémo-nos ao caminho!! Havia que subir a fenda que caracteriza este local.
tracksbynature
Uma fenda escura, escorregadia e muito estreitinha, como podem ver nas fotos acima, tiradas da net!!! Nada adequada a quem tem costas largas, ou leva mochilas grandes, como o RR que ficou meio entalado e teve de recuar e passar de lado!! Foi uma risada!! Pois… Não há fotos do entalanço, né? A chuva não o permitia!!
Continuámos, sempre a subir até ao marco geodésico do Piornal, a 1753m de altitude. O nevoeiro era muito intenso nesta altura e o AN – o excepcional guia desta actividade, decidiu (em boa hora) que o melhor seria começarmos a descer… Momentos depois, já conseguíamos ter visibilidade e a chuva parecia começar a parar…
E pouco depois, no meio do trilho onde a neve pousava, fomos brindados com um magnífico arco-íris… Como se a Serra nos estivesse a dar tréguas e nos mandasse recolher em segurança…
Não sei se, por estar a olhar para o arco-íris, ou a pensar na morte da bezerra, pus a botinha numa laje mais escorregadia e zuca! aí vai ela!! Catrapumba pró meio do chão!! Lá me levantaram… O orgulho estava ferido, o rabiosque dorido, mas o que me preocupava mais era o cotovelo que na rocha tinha batido… Doía!! Mas à partida, partido não estaria!!! Era mais o chamado: dói, incha, desincha e passa!! Por isso, tockandar que já falta pouco para chegar!!!
Chegámos ao Covão d'Ametade pelas 16h30. Alongámos e vimos os estragos… Dor de cotovelo é tramada e não daria para ficar ali no Covão d'Ametade a acampar… Assim, enquanto uns montavam já as tendas, outros foram buscar os carros que tinham ficado em Manteigas.
O frio descia ao Covão depois do sol desaparecer por trás do Cântaro Magro… E a humidade que vinha do rio começava a gelar-nos!! Andava ali tudo aos pulinhos e a correr, literalmente para não arrefecer… E a malta dos carros que nunca mais vinha!! Bom, os que não ficariam a acampar, meteram pernas ao caminho, rumo a Manteigas pela estrada que acompanha o seu belíssimo vale…
Minutos depois cruzámo-nos com os carros e lá fomos até Manteigas à procura de poiso… Acabámos por ficar alojados (e muitíssimo bem, diga-se de passagem) no Hotel Berne. Antiga albergaria, este é um hotel muito acolhedor, com quartos muito confortáveis e quentinhos!!!
Depois do belo duche, descemos e jantámos no Hotel. E recomenda-se o restaurante do hotel, com gastronomia local, muitíssimo bem executada e servida, com sabor caseiro, sobremesas inventivas e deliciosas e uma lareira muito acolhedora!! Tudo bem regado, com vinho da região, claro que só podia dar em sorrisos destes!!!
Brindámos aos companheiros que tinham ficado a acampar no Covão d'Ametade, esperando que a noite deles estivesse a correr bem…
E a esse outros brindes se seguiram, anestesiando o meu cotovelinho!! De tal modo que, enquanto uns já descansavam nos confortáveis cadeirões junto à lareira, ainda jogámos uma partidinha de "sinuca"!! ;)
Depois de uma repousante noite, embalados nos braços de Morfeu, acordámos recompostos e muito bem dispostos. Depois de um belíssimo pequeno-almoço, rumámos ao Covão d'Ametade, questionando-nos como estaria o resto da malta… Encontrámos metade do grupo de carro, enquanto a outra metade já descia a pé o Vale do Zêzere, vestido de branco…
A noite tinha sido quentinha (benditos sacos-cama!!) mas algo barulhenta. O vento tinha uivado toda a noite… E a neve e o granizo tinham caído, com um ruído que se assemelhava a animais que por ali andassem aos encontrões às tendas!! Com a nossa tenda de Verão arejada, teríamos tido uma noite para esquecer!!! Abençoada queda!! ;)
Com o grupo dividido, regressámos à bonita vila de Manteigas, onde demos uma voltinha, enquanto aguardávamos pelo resto da malta caminheira!!
Acabámos depois por regressar ao Hotel Berne, onde comemos um lauto (e uma vez mais) delicioso almoço, revendo as típicas Feijocas e as suas Migas, a Truta de Manteigas, o Cabritinho Assado, ou o Bacalhau com Broa, que fizeram as delícias da rapaziada!! ;)
E assim nos despedimos da Serra da Estrela, da simpática malta do GDAMO e de uma belíssima actividade, muito bem conduzida por quem sabe (e muito) desta coisa de andar em segurança na montanha.
Grata pela companhia!! E até uma próxima, tockandar!!!
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