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terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Procissão dos Fortes...

Devo dizer que estive indecisa entre este título ou este: "Marcha dos Fortes, ao ritmo dos fracos...", mas depois podia ferir algumas susceptibilidades e não é isso o que pretendo.

Fomos fazer a Marcha dos Fortes no Sábado passado.

Ah e tal, são 41,5km que passam por vários fortes e redutos das Linhas de Torres, começa em Runa e termina em Bucelas, no ano do Bi-centenário das Invasões Francesas.

O que é que eu pensei? Porreiro, embora lá!

Vi pelo programa que era o dia todo a andar... Começa-se às 07h00 e termina-se às 19h15. Tudo bem... Há almoço e paragens pelo meio e devem com certeza fazer explicações em cada um dos fortes e redutos, aproveitando que é o Bi-centenário das Invasões Francesas, e no final um jantar convívio (comidinha quente depois de 41,5km sabe bem). Isto foi o que eu pensei.

Contudo...

Começámos realmente às 07h00, depois de um pequeno aquecimento. E começámos bem. O ritmo era adequado, a manhã estava boa para caminhar, o amanhecer foi agradável. Contudo ao passarmos pelo primeiro forte, nem truz, nem muz dos guias... Havia uma placa a indicar o nome do forte, e siga!! E eu, ok... tá bem! Se assim é, vamos embora.

Entretanto a cada paragem de abastecimento havia troca de guias e se estes primeiros guias mantinham um ritmo agradável de caminhada, a partir daqui o ritmo caíu para o de procissão. Indo à frente, junto aos guias tive a sensação de ser um cachorro constantemente a ser puxado pela trela, porque o meu ritmo e passo natural era diferente do ritmo lento imposto por eles... E não se pode ultrapassar o guia. Faz parte dos regulamentos!

Bom... já tão a ver a coisa...

Acabámos por optar por ficar mais tempo nas zonas de abastecimento e partir mais tarde, para depois conseguirmos fazer o percurso ao nosso ritmo, sem termos o constante "Não se pode ultrapassar o guia!" ou "Cuidado, que já vai à frente do guia!"

E assim foi até chegarmos finalmente a Bucelas, depois de alguns compassos de espera, porque apesar do ritmo de procissão, estávamos 1 minuto adiantados!!!

Bom, mas lá fomos recebidos com bombos e cabeçudos, muita fanfarra enquanto desfilámos pelas ruas de Bucelas.

Devo dizer que em termos de organização logística e de abastecimentos, desta vez funcionou muito bem! Digo desta vez, porque são os mesmo que organizaram a Caminhada em Montejunto aqui há uns posts atrás...

Contudo, a meu ver houve 3 falhas fulcrais:

  1. O facto de não fazerem qualquer menção histórica em nenhum dos fortes e redutos é, a meu ver, absurdo, tendo em conta o bicentenário das invasões francesas e o enquadramento histórico dos locais por onde fomos passando.
  2. O facto de imporem um ritmo despropositado, só porque sim! Facilmente se combina com as pessoas que têm um ritmo mais acelerado "Olhem quando acabar esta subida, aguardam para reagruparmos!" Simples!
  3. O facto de o jantar quente, com que estávamos a contar ter sido nada mais, nada menos do que comida de cantina. Com isto quero dizer, comida fria!! Depois de 45km (sim, não foram 41,5km, mas 45km, de acordo com vários aparelhos de GPS que por lá andavam!) tudo o que sabia bem era algo quentinho...

Em relação a este último ponto quero referir que o almoço estava extraordinário. Debaixo de uma protecção de lona, em pleno campo, perto do Forte de Alqueidão, com chuva, fomos agraciados com uma massa com carne muito saborosa e quentinha!! Foi feita por 4 senhoras que, de acordo com o que percebi, pertencem a uma organização da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço. Por isso ainda me faz mais confusão como é que o jantar foi, comparativamente, tão mau... Como é que é possível que numa cantina, onde não chove, onde há fornos e fogões, sermos recebidos com comida fria? Não percebo e acho que nunca vou perceber...

Enfim... pontos fortes desta Marcha:

  • O amanhecer em pleno campo,
  • Algumas das paisagens,
  • A passagem pelos fortes (apesar de ter ficado na mesma sem saber o que por lá se passou concretamente e era mesmo com isso que eu ia a contar...),
  • O entardecer com vista para o tejo e para a Ponte Vasco da Gama, ao chegarmos a Bucelas
  • Os abastecimentos e o almoço, que surpreendeu pela positiva
  • A recepção final, em Bucelas

Marcha dos Fortes. Tá feito. Poderei repeti-la, mas ao meu ritmo e com Guias que expliquem algo sobre os fortes e locais por onde estamos a passar...

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