Foi em dia de Carnaval que nos deslocámos a Salvaterra de Magos.
Terra de magia? Não será bem assim, pelo menos por agora… Mas diz a lenda que em tempos, os Majus (nome persa atribuído a Mágicos e Feiticeiros) eram enviados para este local, por ordem da inquisição. Outra teoria existe que diz que Salvaterra significa "terra livre" (de impostos ou de outras obrigações). Quanto aos "magos", e tendo em conta a sua localização, a melhor explicação encontrada é a origem celta, que aponta para o significado de "campo". Seria pois, o equivalente à forma moderna "Vila Franca do Campo”.
Bom, mas não foi para ver “Magos” que aqui nos deslocámos, viemos para visitar a Falcoaria Real.
Recuperando uma arte perdida por imposição dos tempos, de uma nova forma de caçar e de alguns decretos que relacionavam a falcoaria com a monarquia, a Falcoaria Real mostra uma exposição muito interessante sobre a arte de caçar em harmonia com as aves de rapina.
Arte vinda do Oriente, das antigas terras da Cítia, onde o Homem usava as aves para detectarem as presas. A ave voava e caçava-a e o Homem ficava com os despojos que ela deixaria, que seria a sua quase totalidade, uma vez que a ave come pouquinho. Desde essa época até à actualidade a ligação entre homem-ave evoluiu, com o uso de alguns equipamentos, como o rol, o caparão, a luva, as cascavéis… que facilitam a relação entre os dois caçadores.
Estas pequenas máscaras, ou carapuças chamam-se caparões e são usadas para tranquilizar os falcões, tapando-lhes a visibilidade.
Mais detalhes sobre a história deste arte podem ser encontrados aqui.
Na Falcoaria Real, para além da exposição, podemos observar vários exemplares de aves de rapina.
Falcões de várias espécies…
Este secava as asas depois de uma bela banhoca!!
E Bufos…
Depois assiste-se a uma “demonstração” do voo do falcão.
Retirado o caparão, o falcoeiro solta o falcão e deixa-o voar, ouvimos o seu som pelos guizos (ou cascavéis) que traz nas patas e assim o falcoeiro pode seguir o falcão até à sua presa. No caso em questão, o falcão só se ia exercitar, pelo que à chegada, como se portou bem, recebeu o seu prémio sob forma de comida. Um pinto (já morto) foi-lhe dado para seu regozijo.
Com a patinha ainda de fora do bico, voltou ao seu amigo humano que lhe colocou o caparão.
Sossegado, voltou para o seu jardim particular e nós voltámos a casa.
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