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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Tockandar pra Santiago – 1ºEtapa: De Chaves até Verín

E eis que chega o desejado dia em que nos fazemos ao caminho… Daqui até Santiago são "só" 212km… Vamos aos primeiros 30…
E Tockandar!!!
11t
Acordámos bem cedinho e às 06h45 já estávamos a tomar o pequeno-almoço na Residencial Bem-Estar. Pouco depois fazíamo-nos ao caminho, iniciado junto à zona histórica de Chaves.
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Daí rapidamente chegamos ao Tâmega que nos iria fazer companhia nos próximos 8km, até Vila Verde da Raia… A esta hora matutina, o rio parecia um espelho, reflectindo as nuvens e as suas margens…
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Lá íamos nós pela ecovia quando um cachorro se aproxima de nós… Sem dar grandes confianças pareceu resolver mostrar-nos o caminho até à fronteira… E se assim o resolveu, melhor o fez!!
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Levou-nos pelos campos de centeio que cresciam na margem do Tâmega…
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Levou-nos pelo meio das flores, por espelhos de água, por um trilho de terra batida, onde os sorrisos também floresciam, apesar do peso das mochilas, ao qual nos íamos aos poucos habituando…
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Levou-nos até campos lavrados, ainda à moda antiga, com burros e machos que vão puxando o arado, de acordo com as instruções humanas…
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Levou-nos até Vila Verde da Raia, onde depois decidiu que já estaríamos em bom caminho e depois voltou para trás…
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Em Vila Verde da Raia, depois de uma breve pausa, junto ao chafariz, avançamos até à fronteira… Antes um local de grande azáfama, onde os caramelos de Espanha e as lojas, onde se compravam lençóis e turcos a bom preço, estavam sempre cheias de gente que ia e vinha… Hoje, um deserto… Restam as paredes da Alfândega e da Guarda Fiscal – frente a frente e da antiga cancela, já só resta uma pequena parte…
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Deixamos para trás Vila Verde da Raia e Portugal, cruzamos a Ribeira de Feces (ou fezes, como a malta de Chaves lhe chama) e chegamos a Espanha…
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Adianta-se a hora nos relógios e encontramos o primeiro placard a fazer referência ao Caminho de Santiago!!
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São quase 11h (hora espanhola) e fazemos uma breve pausa junto à igreja de Feces de Abaixo que estava – adivinhem lá!! – fechada, pois claro!! Metemos novamente botas ao trilho florido e encontramos um "can gallego" que engraça connosco e resolve também, à semelhança do seu congénere português, fazer de guia
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O trilho é bonito e os sorrisos também…
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O caminho decorre pois com tranquilidade, permitindo-nos observar pequenos pormenores, como o burrito que pasta, ou a devoção galega a uma santa portuguesa… Os sinais que avisam quando há uma estrada perigosa por perto, ou a distância que nos separa do final da etapa… O Moulin Rouge fora do sítio, ou as flores que surgem junto a uma movimentada estrada…
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E quando damos por isso, chegamos a Tamaguelos, onde nos despedimos do nosso amiguinho de quatro patas que ficou no pátio da igreja de Santiago.
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Ali bem perto paramos para almoçar… Afinal já são 13h e a barriguinha já está a dar horas!!! Mas para abrir (ainda mais) o apetite, dou uma voltinha nos baloiços lá do sítio!!!
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Deixamos Tamaguelos para trás e seguimos, rumo a Cabreiroá, passando por prados floridos e belas serras ao fundo… E eis que surge, imponente, no cimo de um monte o Castelo de Monterrei, o que significa que Verín fica ali, no sopé daquele monte!!
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Passamos por Cabreiroá e pela sua igreja e cruzamos um afluente do Tâmega, felizes por já só faltar 1km para Verín!!
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Depois de 1km de pouco interesse, lá chegamos ao albergue, seguindo as informações de um simpático agente da guardia. A casa do brasão, assim se chama o Albergue de Verín, estava fechada quando lá chegámos, às 16h, mas nada que uma chamadinha para a Protecção Civil não resolvesse!! E quando nos abriram as portas, foi uma maravilha!! 28 camas à escolha e mais nenhum peregrino por perto!! Numa das paredes estava uma espécie de roteiro do Caminho Sanabrés com as várias etapas por onde iríamos passar…
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Já de duchinho tomado e de pernas descansadas, decidimos ir à procura de sítio onde jantar…
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E foi na afamada Casa do Pulpo que fomos ao petisco!! O belo do polvo à galega, cozido em potes de cobre e servido depois de umas tesouradas, com colorau picante por cima. Simples, mas agradável. Descobri neste sítio que um filete não tem para os galegos o mesmo significado que para nós… É que aqui quando se pede um filete não te trazem um belo pedaço de peixe panado e suculento… Naaaa… Filete para eles é bife!! Ora toma!!! Só por causa disso, foram 2!! E vira-milho e vira garrafa, que o branquinho é do ribeiro e fresquinho marcha que é uma maravilha!!!
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Resta pois dizer que depois deste belo repasto, só nos restou rumar ao albergue e, depois de umas risadas e de deixarmos umas mensagens a uma amiga que iria fazer o caminho dali por uma semana, fomos xonar que no dia seguinte haveria mais!!! E tockandar!!!

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