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sábado, 26 de janeiro de 2013

Tockandar pelos bosques de Sintra

Este sábado foi dia de caminhar por alguns dos mais belos trilhos de dos bosques de Sintra…
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Convidámos alguns amigos e, em muito boa companhia (facto devidamente relembrado diversas vezes pelo AM), partimos para a Barragem do Rio da Mula, cuja bacia se encontrava completamente cheia… A vazar, de tão cheia que estava!!
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Passando o portão, avançámos pela barragem, observando o forte caudal da água que descia por ali abaixo… "'Bora andar de escorrega?!", sugere o RR…
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Mas ao invés disso, iniciámos o trilho como sempre, com uma subidinha, desta vez com obstáculos… É que, devido à tempestade da semana anterior, houve milhares de árvores arrancadas pelas raízes que tombaram sob a força dos ventos… Não passámos por milhares, mas tivemos que contornar, saltar, passar por baixo e até trepar por algumas delas. O solo também mostrava ainda sinais das chuvadas da semana, com canos que habitualmente estão enterrados a surgir por entre as gretas abertas no chão…
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Ora íamos nós a subir quando de repente, a GG amanda um pulo para trás e dá um grito!! "Uma cobra!!", pensei eu, olhando para o chão à procura do rastejante bicho, mas afinal não… A GG estava a fazer a interpretação do "Eu vi um sapo!!" Lá tirámos umas fotos ao assustado bicharoco que, aos saltinhos se afastou, escalando por um montinho de terra e desaparecendo num buraco…
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Deixando o Cocas para trás, fomos avançando pela subida, seguindo o Trilho das Minas acima…
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Aproveitando para fotografar as acácias em flor orvalhada… Algo que se tornou difícil para o PR, com a GG a agitar as folhas, qual David Attenborough, para nos informar que "As acácias vêm da Austrália!!" Malandrice!! Hihihihi!! :)
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Depois de umas valentes risadas, continuámos a avançar, observando os cogumelos que neste ambiente húmido proliferam, com os seus capuzes vermelhos e chapéus cónicos… Ali ficam eles, a ver-nos passar…
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Mais à frente, descobrimos a urze (erica australis). Ora tinha eu acabado de fotografar este belíssimo exemplar quando a planta começa a abanar por todo o lado… Era o amigo PR que, à semelhança da GG, estava armado em David Attenborough, agitando a planta!! Malandrice!! Já a foto estava tirada!!
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Continuamos a subida até à Pedra Amarela, onde apreciamos a vista em redor… De um lado a serra e a Peninha, do outro, o mar, onde o sol começa a brilhar…
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Deixamos este ponto alto e entramos em ritmo de cruzeiro, palmilhando estes belos trilhos e observando a flora deste fantástico bosque… Cedros, Carvalhos e pinheiros curvados, surgem em ondas de vários tons de verde e dourado…
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Mais à frente, as minas voltam a aparecer, pontuando de branco o bosque de árvores vestidas de heras…
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Mais uns passos e já se avista a Peninha e a sua altaneira capela da Srª da Conceição, erigida no séc. XVII, em virtude da lenda da pobre Pastorinha Muda de Almoinhas Velhas que, durante o reinado de D.João III (séc. XVI), aqui vira uma senhora e após esse encontro terá começado a falar, anunciando à incrédula mãe a existência de pão na arca de casa… No local do encontro apareceu uma imagem. E por 3 vezes terá sido colocada na ermida de São Saturnino (mais abaixo) e por 3 vezes terá reaparecido misteriosamente no topo do penhasco, em local de difícil acesso. Por esse motivo o local começou a ser culto de peregrinação e no séc. XVII o ermitão de S.Saturnino – Pedro da Conceição, aqui mandou edificar a capela.
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Passando a ermida de S.Saturnino, fundada por D.Pêro Pais e que já existia no séc. XII (talvez como remanescente de algum templo romano dedicado ao culto do deus Saturno), subimos até à Peninha, aproveitando as vistas, sobre a serra e sobre o mar…
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Uma vez lá em cima, aproveitamos para uma breve pausa e para merendar!!! Já são horas e o estômago está a refilar!! :) Abrigamo-nos, junto à capela, à porta do palacete aqui mandado construir em 1918, por António Carvalho Monteiro – o Monteiro dos Milhões, o mesmo da Quinta da Regaleira. Este é mesmo um local muito especial… E aproveitamo-lo bem.
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Descemos então da Peninha, re-visitando, contemplando (e claro, fotografando) a Ermida de São Saturnino…
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Depois disso, tomamos um trilho surpresa que nos remete para o bosque profundo… E que agradável surpresa foi descobrir este carreirinho, que afinal até faz parte de um PR, que nos leva por entre árvores vestidas com de hera entrelaçada… O céu aqui não é mais que uma réstia de azul que surge por entre as ramagens… E a luz confere a este local um aspecto místico, solene, mas muito agradável…
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Aqui encontramos também vestígios do vendaval da semana anterior… Vendaval que deitou por terra algumas destas árvores, arrancando-as ao solo pela própria raiz… Homenageamos estas árvores tombadas e prosseguimos o nosso caminho até chegarmos a um estradão, onde viramos à direita…
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Encontramos mais à frente uma lagoa verde… Tão verde quanto a hera que a rodeia… É como uma janela para outro mundo…
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Continuamos pelo meio do bosque, indo dar à estrada, onde vemos alguns exemplares de árvores de majestoso porte, ao redor das quais até se poderiam contar estórias… Como a da pastorinha e dos seus irmãos, ou dos amantes que para sempre ficaram juntos, como troncos de uma mesma árvore
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Este é mesmo um local fabuloso, que nos eleva o olhar para o céu entrecortado de folhas, onde o sol mal penetra por entre as ramagens…
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Adorávamos ficar por aqui, mas o trilho continua, por entre as acácias em flor… "Tens mesmo a certeza que é por aqui?", pergunta a GG. "Tenho, tenho…", respondo entre um arbusto e outro. O trilho, parece feito para gente pequenina, como que a proteger o que a seguir aqui se encontra…
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A Anta de Adrenunes
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Classificada, desde 1910 como monumento nacional, terá sido, em tempo idos, uma sepultura colectiva, «voltada a poente para no cessar do dia o pôr-do-sol iluminar o sepulcro de todos que nele residem. É um monumento híbrido, que conjuga elementos naturais da Serra granítica com alguns elementos arquitectónicos, tornando assim a Anta de Adrenunes em Sintra, num sítio de uma ainda maior mágica beleza».
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Uma vez no seu interior, o céu surge emoldurado pelas rochas que a compõem, ao fundo de um estreito corredor aparece uma nesga de luz e por todas as rochas, brilham, quais pedras preciosas, pequenas gotas de água presas no musgo… É um outro mundo…
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Lá fora, a capela da Peninha surge no horizonte, elevando o nosso olhar para o imenso azul e branco que pintavam o céu…
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Cá em baixo, a nossa atenção repartia-se entre os apontamentos de verde que surgiam por entre as rochas, ou um pequeno bosque de carvalhos (?) despidos de Inverno e vestidos de musgo…
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Deixamos então este local místico, pelo mesmo trilho por onde viéramos, endireitando as marcas derrubadas pelo vento e passando por belos exemplares de urzes brancas – ou ericas lusitanicas
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Regressamos pois ao bosque, onde ainda se notam vestígios da ventania da semana anterior sob a forma de árvores com as suas raízes expostas, tombadas, suspensas e suportadas por outras…
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Passamos então as Pedras Irmãs e a sua fonte, fazemos um pouquinho de alcatrão e viramos depois à esquerda apanhando um trilho que nos leva a mais um ponto emblemático do Monte da Lua - o Tholos do Monge. Também neste trilho tivemos de trepar por cima de árvores caídas, o que ajudou a abrir o apetite para o belo almocinho que piquenicámos em pleno Tholos, aproveitando o belíssimo solinho que ali se fazia sentir…
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Já de barriguinha cheia, regressámos ao bosque, onde as árvores se vestem de heras, passamos por um círculo de pedras, enveredamos por um carreirinho e daí pelo trilho que nos leva até ao Monumento dos Soldados, em memória dos 25 soldados que aqui morreram num incêndio em 7-Set-1966.
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Começamos então a descer até ao cruzamento, junto aos Capuchos, onde viramos para um trilho pejado de acácias amarelas – infestantes coloridas e aromáticas, que perfumam o ar com o seu doce cheiro, irresistíveis para os fotógrafos…
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Deixamos para trás as acácias e metemos pelo formidável Trilho das Pontes, refeito, em homenagem ao Dimas e lá vamos nós, pisando as várias pontes, feitas de tronquinhos, colocadas sobre os regatos que a ribeira da Mula vai formando…
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Descemos, assim a par com a ribeira, ouvindo-a cantar, embalando os nossos passos com uma tranquilidade natural que nos faz esquecer o mundo "lá fora"…
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Mais à frente quase tomamos um banho de espuma, formada pela passagem da água de encontro aos troncos… Serão resíduos de gorduras, resinas e óleos, uns naturais, outros talvez nem tanto que acabam por formar este fenómeno?
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Mais à frente um outro fenómeno, mais natural, o destes pequenos fungos que se vão desenvolvendo nas cascas de algumas árvores, como que florescendo a partir delas…
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Voltamos ao trilho que acompanha a ribeira da Mula, serpenteando pelo meio das árvores que revelam a nossa pequenez… Somos formiguinhas coloridas que deambulam no em redor destas bravas guerreiras…
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E tal como a ribeira ao encontrar a barragem com o mesmo nome, também a nossa caminhada termina por aqui… Aproveita-se para a foto deste pequeno Grande grupo e depois de uma breve passagem pela Casa do Preto para levarmos uns docinhos connosco, despedimo-nos…
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Até uma próxima… Tockandar!!!

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