Participámos em família numa actividade de fds do GDAMO que ocorreu em Marvão. Ora desta vez não envolvia acampar ao frio e ao relento, então aqui vai disto e tockandar. Para sermos mais poupadinhos e não termos de passar 2 noites fora de casa, a caminhada iniciou um pouquinho mais tarde (tipo 10h), de modo a que a malta não fosse dormir na forma!!
Dia 1
E assim nos encontrámos na Portagem – localidade banhada pelo rio Sever e que costuma ter umas amplas vistas da fortaleza natural de Marvão… Contudo, o nevoeiro encarregou-se de deixar as vistas para a nossa imaginação…
Todos equipados, lá metemos as botinhas ao caminho, aproveitando para umas “chapas” no magnífico parque adjacente à Ponte Quinhentista sobre o rio Sever.
O local é realmente fabuloso… E nesta altura do ano, com as cores de Outono, estava realmente um primor…
Mas tínhamos de meter as botas ao caminho… Por isso, seguindo parcialmente um PR aqui marcado, lá fomos nós… Tockandar!!!
Os tons outonais que vestiam os trilhos ladeados por muros cobertos de musgo e sombreados por sobreiros e azinheiras tornavam este um trilho maravilhoso… O chão fofo, coberto de folhas, convidava à passada e à boa conversa…
Caminhando, passamos por ruínas que outrora foram lares, ao entrarmos numa aldeia escondida no sopé do rochedo que ainda não se deixava ver…
E por aqui merendamos, sob o abrigo de um telheiro, aproveitando as vistas, antes de voltarmos a meter pés ao trilho…
E que trilho!!!
À medida que subimos alegremente para Marvão, até as ovelhinhas vêm espreitar o que se passa!!
E eis que entramos na nuvem que cobre a fortaleza natural de Marvão…
Envoltos em nevoeiro transpomos a muralha e entramos em Marvão…
Percorremos as ruelas, caiadas de branco, remanescências dos judeus que aqui habitaram em tempos idos…
Subimos então ao castelo e descemos depois à cisterna.
E depois de uma estratégica breve paragem para um chocolate quente num agradável bar local, voltamos a descer por uma antiga calçada, deixando a civilização e embrenhando-nos novamente sobral a dentro…
Agora é a descer… E os sorrisos vão-se manifestando, à medida que vamos pensando no conforto que nos espera a seguir… E no jantarinho que há-de vir!!
E é por aqui, à medida que descemos, que vamos encontrando alguns cogumelos…
Prenúncio do jantar, ou não, o que é certo é que eles crescem por todo o lado!!!
Chegamos finalmente a Portagem, onde aproveitamos para a tradicional foto de grupo.
Esperava por nós o parque em torno do rio Sever, onde aproveitamos para “almoçar” e até fazer um pouco de “ginástica”
Foi tempo também para tirar mais umas fotos deste recanto de Portugal que vale mesmo a pena visitar…
Deixando Portagem e Marvão para trás, rumámos então até Castelo de Vide, por cujas ruas deambulámos, em ritmo de passeio…
Também aqui encontramos as ruas caiadas de branco, sinais do povo judeu…
Ruas, ruelas e becos marcados por estrelas de David, ou simbologia da Cabala?, que nos levam à judiaria, onde podemos visitar a antiga sinagoga onde se expõe algum do património deixado por este povo neste local…
E seguindo as dicas dos gatinhos, abrigados da chuva, também nós nos vamos até ao hotel para uma bela banhoca quente, antes do jantar!!!
E foi um belo jantar no restaurante Alentejano, com especialidades típicas da gastronomia local, bem servidas e bem regadas que nos deixaram prontinhos a dormir, que no dia seguinte haveria mais!!
Dia 2
Acordámos cedinho e metemos pés ao caminho que hoje nos haveria de levar por outros trilhos até à raia espanhola. Mas antes uma breve paragem junto à ribeira de Galegos, para observar marmitas de gigante.
Deixando a ribeira para trás, seguimos, pelo meio de bosques, verde e cogumelos enxertados em árvores até à aldeia já espanhola de Fontañera.
Por aqui deambulamos em busca dos caramelos perdidos que teimaram em não aparecer…
Algures, numa casinha que fora outrora um café, um casal idoso arranjou-nos uns cafezitos e uma ginginha algo espanholada, que serviu o propósito de aquecer a malta para o resto do caminho…
Voltamos a Portugal e prosseguimos o caminho…
Passamos por um cachorrinho lindo que me trouxe à memória um outro cachorrinho que por aqui vi há alguns anos numa outra caminhada…
Caminhamos agora, de braços abertos para a Vida, junto a olivais e a cogumelos de estranhas formas…
E voltamos aos bosques de sobreiros, onde se constroem Mariolas para marcar o caminho…
Ao longe vimos amaia de Ibn-Marwan, ou a Fortaleza de Marvão, assim conhecida desde o séc. X.
E pelo caminho vamos encontrando, à semelhança do dia anterior, mais alguns cogumelos… Uns comestíveis… Outros nem por isso!!
Com Marvão como pano de fundo, percorremos o serpenteante trilho, saltando as poldras sobre o Sever, sem cair!!!
Continuamos a percorrer o trilho, com o rio sempre por perto e como a fome aperta, paramos para a bucha!!
Continuamos pelo meio dos cogumelos, encontrando um estrangeiro que nos mostra alegremente a sua apanha do dia!!
Voltamos a encontrar civilização, sob a forma de umas casinhas recuperadas por um inglês com quem trocamos algumas amigáveis palavras… E depois seguimos o trilho, entre os muros antigos…
Trilhos que nos levam, por entre os muros, as mariolas e casas em ruínas, até um casal de porquinhos…
Voltamos a encontrar o rio… que nos leva de volta onde começámos, com vista para Marvão…
Felizes por mais um belíssimo passeio, é agora hora de a casa tornar…
Vemo-nos num próximo passeio e até lá… Tockandar!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário